Forte elevação no custo de produção de leite em setembro 5g4ka

Este é o quinto mês consecutivo que o ILeite/Embrapa registra aumento, acumulando 5,6% de elevação desde abril. 3r4r6z

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Paulo do Carmo Martins, Samuel José de Magalhães Oliveira, Manuela Sampaio Lana e Alziro Vasconcelos Carneiro

15/10/2024 10h34 - Atualizado em 15/10/2024 às 10h34

Forte elevação no custo de produção de leite em setembro

Foto Divulgação Embrapa Gado de Leite

O custo de produção de leite cresceu 2,0%. Este é o quinto mês consecutivo que o ILeite/Embrapa registra aumento, acumulando 5,6% de elevação desde abril. O terceiro trimestre do ano registrou 3,1% de crescimento. Todavia, no acumulado do ano a inflação de custos está em 0,5%. Nos últimos doze meses, o custo de produção de leite cresceu 3,9%. Isso mostra a volatilidade dos preços nos insumos necessários para a produção de leite.

Mão de Obra e Concentrado puxaram os preços pra cima - Em setembro os custos de Mão de obra cresceram 3,7%, seguidos de Concentrado, que cresceu 3,5%. Dados os pesos relativos destes itens e o montante de elevação registrado para cada um, a inflação dos custos de produção do mês foi significativamente impactada. As chuvas ainda não chegaram no mês, levando a um aumento da demanda de Concentrado para a alimentação do rebanho, fator importante para a sustentação dos preços neste grupo. Os grupos Volumosos e Minerais apresentaram menor variação, 0,5% e 0,3%, respectivamente. Em sentido contrário, o grupo Energia e combustível, que havia sido o maior impulsionador da inflação no mês de agosto, em setembro registrou queda de custos de -2,9%, seguido pelo o grupo Qualidade do Leite, que teve redução de custos -1,0% e Sanidade e reprodução, de -0,3%. Os dados constam do Gráfico 1.

Os primeiros nove meses do ano de 2024 tem apresentado volatilidade nos preços de insumos, com variações, por vezes intensas, positivas e negativas nos meses do ano. No entanto, a variação acumulada atingiu apenas 0,5%. O grupo Concentrado teve forte queda de preços no início do ano e em meses subsequentes, principalmente devido à queda de preços de milho, soja e algodão, dentre outros. O acumulado de nove meses foi de -8,5%. O grupo Qualidade do leite também apresentou deflação de -5,7% no período. Em sentido contrário outros cinco grupos de custos, que compõem o ILeite/Embrapa, apresentaram inflação. O grupo Energia e combustível acumulou 12,7% nos nove primeiros meses do ano, seguido por Mão de obra, com 9,6%. O grupo Volumosos teve variação expressiva, de 5,5%, seguida de Sanidade e reprodução, de 4,2% e Minerais, de 0,3. Os dados constam do Gráfico 2.

No acumulado de doze meses, a variação dos custos de produção registrou inflação de 3,9%, com cinco grupos apresentando crescimento significativo de custos. O de maior intensidade foi o grupo Energia e combustível, com 11,9% de variação acumulada, enquanto que os de maior impacto, pelos seus pesos relativos, foram os grupos Mão de obra e Volumosos, respectivamente com 9,6% e 5,6% de variação anual. O grupo Sanidade e reprodução acumulou aumento de 3,1%, enquanto que o grupo Concentrado apresentou inflação de 0,9%. O grupo Minerais foi o que apresentou maior redução de custos anuais (-10,3%), seguido de Qualidade do leite, de -9,7%, conforme Gráfico 3.

O Gráfico 4 mostra a variação mensal do ILeite/Embrapa. De setembro de 2023 a janeiro de 2024 os custos cresceram. A partir daí, ocorreu uma queda intensa de maneira intensa até abril, iniciando um novo período de crescimento, mas com menor aceleração.

O Acordo Mercosul-UE traz consigo promessas e desafios para a indústria láctea do Brasil. Ao mesmo tempo que abre as portas para um dos mercados mais exigentes do mundo, ele impõe a necessidade de adequação a padrões elevados de qualidade e sustentabilidade. Se bem executado, o acordo pode representar um marco para o setor, ampliando a participação brasileira no comércio global e consolidando o país como um dos principais exportadores de produtos lácteos de alta qualidade. Agora, cabe aos atores do setor, desde grandes indústrias até pequenas e médias empresas, se prepararem para este novo cenário, garantindo que possam competir e prosperar no mercado europeu.

Autorres: Paulo do Carmo Martins e Samuel José de Magalhães Oliveira, Pesquisadores em economia da Embrapa Gado de Leite, e Manuela Sampaio Lana, e Alziro Vasconcelos Carneiro, Analistas em economia da Embrapa Gado de Leite
Fonte: Embrapa Gado de Leite

FONTE: Embrapa Gado de Leite