Reino Unido ampliará o imposto sobre o açúcar para bebidas lácteas 2v1f3g

O governo britânico planeja reduzir o limite de acionamento do imposto sobre o açúcar e incluir bebidas lácteas e suas alternativas vegetais na medida. v5r1r

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Rachel Arthur

12/05/2025 09h04 - Atualizado há 1 semana

Reino Unido ampliará o imposto sobre o açúcar para bebidas lácteas

Foto Divulgação EDairyNews

Bebidas à base de leite atualmente estão isentas do Soft Drinks Industry Levy (SDIL) no Reino Unido: mas o imposto pode agora ser estendido para incluir milkshakes açucarados, bebidas lácteas e café pronto para beber (RTD). As propostas – que representam a primeira grande reforma do imposto sobre o açúcar desde que entrou em vigor em 2018 – incluiriam tanto as bebidas à base de leite quanto as alternativas vegetais. Enquanto isso, mais bebidas estariam cobertas pelo imposto sobre o açúcar em geral: o conteúdo mínimo de açúcar no qual o SDIL se aplica será reduzido de 5g por 100ml para 4g.

Modelo do imposto sobre refrigerantes

O Soft Drinks Industry Levy (SDIL) do Reino Unido foi introduzido em 2018 e tem sido geralmente considerado bem-sucedido em seus objetivos de reduzir a ingestão de açúcar proveniente de bebidas açucaradas e incentivar a reformulação da indústria de bebidas.

Consequentemente, outros mercados usaram o modelo como base para suas próprias legislações de impostos sobre refrigerantes (a França, por exemplo, revisou recentemente seu imposto sobre o açúcar para alinhar com o design do Reino Unido, esperando incentivar a mesma reformulação).

Isso ocorreu porque o governo não queria desincentivar o consumo de cálcio, especialmente entre as crianças, enquanto as bebidas vegetais estavam incluídas nessa exceção para garantir a paridade (desde que contenham pelo menos 120mg de cálcio por 100ml).

No entanto, isso significava que milkshakes açucarados indulgentes atualmente não pagam imposto, assim como o café pronto para beber (que também pode conter grandes volumes de açúcar).

Action on Sugar é uma das organizações que tem pressionado o governo a ampliar o alcance do imposto sobre o açúcar.

“Estamos encantados em ver o governo tomando medidas para fortalecer o Soft Drinks Industry Levy (SDIL), que já gerou reduções significativas de açúcar na indústria de bebidas, e essas novas propostas são um o audacioso e necessário,” disse a Dra. Kawther Hashem, Chefe de Pesquisa e Impacto da Action on Sugar, com sede na Queen Mary University de Londres.

“Além disso, apoiamos fortemente a redução do limiar mínimo de açúcar e o fim das isenções para bebidas lácteas açucaradas e substitutos do leite. Isso garante uma abordagem mais consistente e justa para todos os tipos de bebidas, e faz total sentido para a saúde pública.”

“Esperamos que essas propostas incentivem ainda mais empresas a inovar e reduzir o açúcar e a doçura de seus produtos, aproveitando o progresso já feito.”

Dilema do setor lácteo

A nova estrutura do imposto sobre o açúcar propõe a remoção da isenção para bebidas à base de leite, ao mesmo tempo em que introduz uma “alíquota de lactose” para contabilizar os açúcares naturais na componente láctea dessas bebidas.

A CEO da DairyUK, Dra. Judith Bryans, disse: “Estamos consultando nossos membros para determinar se a alíquota de lactose é suficiente para garantir que o açúcar natural do leite não seja penalizado pelo imposto estendido. Também continuaremos a destacar como os produtos lácteos são uma valiosa fonte de muitos nutrientes – não apenas cálcio – fornecendo iodo, proteína de alta qualidade, vitaminas B, fósforo, zinco e mais, como parte de um pacote conveniente.”

“Estudos demonstraram que bebidas à base de leite são uma forma importante para muitos, que não gostam do sabor do leite puro, obterem nutrientes lácteos de maneira fácil e ível. A inclusão delas no imposto sobre o açúcar continua sendo uma abordagem falha e corre o risco de empurrar os consumidores para produtos menos nutritivos, o que, a longo prazo, pode ser contraproducente para promover melhores resultados de saúde.”

Ineficaz e prejudicial aos negócios?

Mas a British Soft Drinks Association (BSDA) discorda, dizendo que mudar as regras será um golpe para os negócios.

“Esta decisão é uma mudança confusa e prejudicial, que corre o risco de minar anos de investimentos em reformulação, com resultados positivos de saúde questionáveis,” disse um porta-voz à nossa equipe.

“Reduzir o limiar do SDIL para 4g – além do aumento de 27% retroativo já anunciado para o imposto – ocorre em um momento de ventos econômicos financeiros sem precedentes para nossos membros, desde inflação recorde e aumentos na NIC, até custos crescentes de ingredientes e tarifas comerciais iminentes. Esses aumentos de custos já impactaram a capacidade de nossos membros de expandir seus negócios e aumentar o emprego, e a redução do limiar do SDIL corre o risco de tornar isso ainda mais desafiador.”

Para piorar, a indústria de bebidas no Reino Unido fez mais trabalho do que muitos outros setores de alimentos e bebidas para reduzir o açúcar.

Mais de sete em cada 10 refrigerantes vendidos no Reino Unido são de baixo ou sem açúcar, e o total de açúcar retirado das bebidas entre 2015 e 2024 é de quase três quartos de bilhão de quilos, de acordo com dados da Kantar citados pela BSDA. Com os refrigerantes agora representando apenas 6,3% da ingestão total de açúcar no Reino Unido, mudanças que ignoram a complexidade da crise da obesidade “provavelmente serão ineficazes”, diz a organização.

Autora: Rachel Arthur

FONTE: Editado por: Natalia Soledad Ayala EDairy News