Dia Mundial do Queijo 26k3l

É uma data para celebrar o sabor, a versatilidade e os benefícios nutricionais deste alimento incrível. 5u2z4r

289 Views 8 Min

Marco Antônio Cruvinel de Lemos Couto

20/01/2025 09h56 - Atualizado há 4 meses

Foto Divulgação Rica Nata

Comemora-se no dia 20 de janeiro o Dia Mundial do Queijo! É uma data para celebrar o sabor, a versatilidade e os benefícios nutricionais deste alimento incrível. Desde a antiguidade, o queijo é uma importante parte da cultura gastronômica de muitos países. Uma data muito importante para o Brasil, principalmente para os mineiros, pois o queijo é uma iguaria que faz parte da alimentação cotidiana dos mineiros e são queijos de tipos variados, sendo um dos principais produtos do estado de Minas Gerais, gerando renda, turismo e gastronomia. Para se ter uma ideia do quanto é importante esta produção familiar, estima-se que há 30 mil produtores de queijos artesanais, somente no estado de Minas Gerais, nem vamos comentar quantos laticínios espalhados existem no estado.

Valorização do queijo nacional - Há 7 anos não tínhamos nenhuma região reconhecida como produtora de queijo, foi quando, por acaso, um brasileiro levou um queijo para França, escondido na bagagem. Este queijo foi exposto a um concurso mundial e para nossa grata surpresa, ganhou medalha de prata, perdendo somente para um queijo francês. Esta história, por consequência, despertou a consciência das autoridades sanitárias do Brasil, e assim começamos a legalizar os queijos artesanais. Hoje só em Minas gerais temos diversas regiões que podem produzir e comercializar este produto em todo território nacional.

Em 2024, a Rica Nata foi chamada para participar do Concurso Internacional de Queijo Artesanal – EXPOQUEIJO Brasil, realizado em Araxá pelo governo de Minas Gerais. Neste grande evento, tive a honra em ser jurado! Foi muito gratificante para nossa equipe participar de um evento de tanta envergadura mundial. Com o surgimento de tipos diferentes de queijos no Brasil, sendo alguns autorais, além dos brasileiros, estarem viajando mais para o exterior - Europa, por exemplo – por conseguinte estamos cada vez mais aprendendo a apreciar queijos de boa qualidade. Estamos evoluindo não somente na produção, mas o consumidor está mais exigente quanto a qualidade. Com a evolução e adequação das leis existentes para os queijos artesanais e de origem, temos muito ainda o que crescer e também explorar o mercado consumidor ávido por produtos que tenham qualidade.

Patrono da arte queijeira e dos laticinistas - Em homenagem a este dia, gostaríamos de compartilhar este legado cultural das histórias contadas pelos povos desde a antiguidade, o patrono do queijo, São Lúcio de Cavargna. São Lúcio de Cavargna era conhecido por seu amor à simplicidade, bem como por sua dedicação à vida religiosa. Ele foi canonizado pela Igreja Católica e, desde então, é venerado como o padroeiro dos queijos. Embora São Lúcio não tenha inventado o queijo, ele é creditado com o desenvolvimento da produção de queijos em larga escala na região do Lago de Como. Ele também encorajou o uso de melhores práticas de produção de queijo, o que contribuiu para a qualidade dos queijos produzidos na região. Foi expulso por seu primeiro patrão porque distribuía parte do produto de seu trabalho aos pobres. A tradição diz que ele não roubava o queijo do patrão, mas que com o soro que sobrava da família começou a produzir o Mascarpa (semelhante à ricota) que depois era dado aos pobres. A história continua com a agem do primeiro ao segundo patrão. Assim que São Lúcio foi expulso da primeira casa, com grande impiedade, foi como se a fome tivesse entrado naquela casa, o avarento de ovelhas e leite perdeu grande de suas posses.

Quando Lúcio conseguiu seu segundo emprego, foi como se a abundância voltasse a ser sua companheira. Ele e seu novo patrão foram enriquecendo a cada dia; suas ovelhas cresciam nos prados com os peitos imensos de leite, que quando coagulando, obtinha-se o dobro dos queijos. Este era cortado em pedaços para os compradores ou para os pobres necessitados. À medida que os feitos de São Lúcio ganhavam popularidade no vilarejo, o ódio do antigo empregador aumentava; este ou a persegui-lo até que São Lúcio encontrou o seu martírio, assassinado pelo seu primeiro patrão movido pelo ódio contra a sua santa obra e sua caridade. No local onde foi morto, jorrou uma fonte tão abundante que formou um lago, para cujas águas socorrem os doentes dos olhos para se curar. No Dia Mundial do Queijo, lembremo-nos de São Lúcio de Cavargna e de sua contribuição para a produção de queijos. Aproveitemos a oportunidade para celebrar todos os tipos de queijos que temos disponíveis hoje. Apreciemos os queijos como presentes únicos e saudáveis da terra.

O queijo em nosssas mesas - Como vimos, os queijos brasileiros estão ganhando novos apreciadores e o incentivo por meio de concursos, reconhecimento da atividade e mapeamento das regiões produtoras de queijos, podendo trazer novas perspectivas de consumo. A propagação da valorização deste importante alimento demonstra que é uma atividade do nosso povo, enraizado a nossa cultura e tradições, é ainda algo recente, que caminha a os lentos, mas que está, sim, roubando a cena mundo afora! Existem muitos tipos de queijos, de queijos suaves a queijos fortes, de queijos amarelos a queijos brancos. De acordo com um estudo realizado pelo ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), estima-se que existem mais de 1500 tipos de queijos diferentes, considerando as variedades regionais. Esta variedade significa que existem muitas maneiras de desfrutar deste alimento delicioso.

No Brasil, temos queijos tipicamente brasileiros e também queijos inspirados nas práticas de produção dos ses, dinamarqueses, italianos, ingleses e americanos. Como exemplo mais comum, temos a nossa muçarela, que difere da Muzzarella italiana pelo uso do leite de vaca. Sim, o queijo Muzzarella não leva nem uma gota de leite de vaca na sua composição, somente leite de búfala. O queijo é um alimento versátil que pode ser usado em muitas formas. É usado em saladas, pratos principais, aperitivos, sopas, pizzas e muito mais. Além disso, é uma ótima fonte de cálcio e proteína, que ajudam a manter os ossos fortes e ajudam a regular o metabolismo. Direta ou indiretamente, estamos sempre consumindo queijo!

Mais um reconhecimento internacional vai ampliar o potencial da gastronomia brasileira de atrair e encantar turistas de todo o mundo. Os tradicionais "Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal" conquistaram o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, aprovado durante reunião da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) realizada em Assunção, no Paraguai. É a 1ª vez que a maneira de se elaborar um alimento brasileiro está referendada na lista Unesco. Apresentada em março de 2023 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e que, à época, contou com o apoio do Ministério do Turismo, a candidatura do bem foi referendada na 19ª sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.

Envolvendo técnicas ancestrais de mais de 300 anos e presentes em 106 municípios de Minas Gerais, os Modos de Fazer o Queijo Minas se juntam a 6 ativos brasileiros que já têm o título: o Samba de Roda do Recôncavo Baiano; a Arte Kusiwa (Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi); o Frevo, (Expressão artística do Carnaval de Recife-PE); o Círio de Nossa Senhora de Nazaré; a Roda de Capoeira e o Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão. Feito a partir de métodos ligados à produção de queijo de leite cru, o Queijo Minas Artesanal constitui uma atividade socioeconômica que promove inclusão e desenvolvimento local. Além de conhecimentos e técnicas adas de geração em geração, a prática envolve diversos valores culturais, fazendo do produto um alimento referencial para a cultura nacional e a identidade regional de diferentes lugares de Minas Gerais.

A Empresa Rica Nata e o Site Ciência do Leite parabenizam todos os produtores de queijos, os que trabalham diariamente para fazer da arte uma iguaria que estará sempre em nossas mesas!

Saudações Laticinistas
Marco Antônio Cruvinel Lemos Couto
Diretor istrativo

Fontes: Ital e Ministério do Turismo

FONTE: Ital e Ministério do Turismo